Veja como a falta de mão de obra qualificada virou desafio para a construção civil. Empresários do setor estão demonstrando preocupações com um possível apagão.
Embora as previsões para o desempenho da construção civil no Brasil sejam otimistas para 2024, os empresários do setor estão demonstrando preocupações com um possível apagão gerado pela falta de mão de obra qualificada. Apesar da queda de 0,5% do PIB da construção no ano passado, segundo dados do IBGE, a projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) é que o PIB do setor cresça 3% este ano.
Além disso, a atividade já reaqueceu, conforme mostra o crescimento de 4,2% da atividade econômica da construção civil no último trimestre de 2023. Em termos de mercado de trabalho, o setor atualmente emprega, formalmente, 2,8 milhões de trabalhadores e se aproxima do nível de 2010, quando tinha 3,2 milhões de pessoas empregadas.
O problema, segundo construtoras e empreiteiras, é que a falta de qualificação já está voltando a ficar aparente e será um obstáculo em meio ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e à demanda de prefeituras que tentam terminar obras em ano de eleições municipais.
Segundo os dados da Sondagem da Construção do FGV Ibre, a escassez de mão de obra foi apontada por quase 30% das empresas como uma das principais dificuldades já enfrentadas. Além disso, levantamentos realizados no ano passado já apontavam o que está por vir. Uma enquete da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com 800 empresas, realizada em maio de 2023, indicava que sete em cada dez construtoras já sofrem com a escassez de mão de obra no setor.
Outro levantamento do Sintracon-SP indica que há uma carência de 30 mil profissionais no mercado imobiliário somente de São Paulo e uma das razões é que o trabalho de pedreiro ou mestre de obras, por exemplo, já não atrai as novas gerações.
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Por Rafael Vazquez Valor — São Paulo