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Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI) Varia 0,35% em Setembro e Aponta Desaceleração no Setor

Em setembro de 2024, o Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI) apresentou uma variação de 0,35%, marcando uma desaceleração em comparação ao índice registrado em agosto, que foi de 0,63%. A queda de 0,28 ponto percentual reflete um cenário de estabilidade no setor, após meses de altas mais expressivas. O acumulado dos últimos 12 meses foi de 3,46%, superior ao valor observado nos 12 meses anteriores, que foi de 3,12%. Em setembro de 2023, a variação havia sido mínima, de apenas 0,02%, demonstrando uma recuperação nos índices ao longo de 2024.

Custo da Construção Sobe para R$ 1.773,20 por Metro Quadrado

O custo médio nacional da construção por metro quadrado subiu de R$ 1.767,09 em agosto para R$ 1.773,20 em setembro de 2024. Esse valor é composto por R$ 1.019,25 relativos aos materiais e R$ 753,95 referentes à mão de obra. Apesar do aumento, os dados revelam que a desaceleração ocorreu principalmente na mão de obra, cujo índice cresceu apenas 0,16% em setembro, após ter registrado 0,81% em agosto, uma queda significativa de 0,65 ponto percentual.

Já a parcela dos materiais variou 0,49% no mês, levemente abaixo dos 0,50% observados em agosto, e 0,71 ponto percentual acima do valor registrado em setembro de 2023, quando a taxa foi de -0,22%. A variação acumulada dos materiais entre janeiro e setembro de 2024 foi de 1,75%, enquanto a mão de obra acumulou 4,66% no mesmo período. Nos últimos 12 meses, o aumento nos preços dos materiais foi de 2,13%, enquanto a mão de obra cresceu 5,32%.

Nordeste Lidera Variação Regional com Alta de 0,49%

Dentre as regiões do Brasil, o Nordeste registrou a maior variação em setembro de 2024, com uma alta de 0,49%. A elevação foi impulsionada pelo aumento no custo dos materiais em todos os estados da região. O Ceará foi o destaque, com um crescimento de 0,73%, sendo o estado que apresentou a maior variação individual no país. As demais regiões do Brasil também apresentaram variações positivas, com o Norte registrando 0,27%, o Sudeste 0,34%, o Sul 0,12%, e o Centro-Oeste 0,31%.

Os dados do SINAPI revelam que, embora o setor continue apresentando crescimento, o ritmo desacelerou, especialmente nos custos relacionados à mão de obra, o que pode ser um reflexo da ausência de novos acordos coletivos de trabalho em setembro. Esse cenário aponta para uma possível estabilização nos custos da construção civil, o que pode ser um alívio para construtoras e incorporadoras que vinham enfrentando um cenário de alta constante nos últimos meses.

Comparação entre Estados: Rondônia e Ceará Sobem Mais, Paraná e Rio Grande do Sul Crescem Menos

Entre os estados, Rondônia e Ceará foram os que apresentaram as maiores altas no custo da construção civil em setembro de 2024. Rondônia, na região Norte, registrou um aumento de 0,55%, e o Ceará, no Nordeste, teve a maior variação do país, com 0,73%. Em contrapartida, estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Sul, mostraram variações menores, com 0,08% e 0,01%, respectivamente.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul e Goiás apresentaram variações mais moderadas, de 0,21% e 0,20%, respectivamente. Já o Distrito Federal teve uma variação mínima de 0,03%, indicando uma maior estabilidade nos custos da construção na capital do país.

Impacto no Setor e Perspectivas para os Próximos Meses

Com a desaceleração registrada em setembro, o setor da construção civil pode experimentar um período de maior estabilidade nos custos. A variação menos intensa tanto nos materiais quanto na mão de obra pode impactar positivamente os orçamentos das obras, tornando o planejamento financeiro das empresas mais previsível. Além disso, a ausência de grandes reajustes salariais e a queda no índice da mão de obra sugerem que a pressão sobre o aumento dos custos no setor pode estar diminuindo.

Por outro lado, o cenário econômico ainda exige cautela, uma vez que o acumulado de 12 meses mostra um aumento contínuo nos custos, especialmente no Nordeste e no Norte do país. A previsão para os próximos meses dependerá, em grande parte, da retomada de negociações coletivas e da dinâmica do mercado de materiais de construção, que pode sofrer impactos das flutuações de oferta e demanda no mercado global.

Conclusão

A variação de 0,35% no Índice Nacional da Construção Civil em setembro de 2024 reflete uma leve desaceleração nos custos do setor, com destaque para a redução no índice da mão de obra. O Nordeste foi a região que mais contribuiu para o aumento, enquanto o Ceará liderou as variações estaduais. O comportamento dos preços de materiais e mão de obra continuará sendo crucial para o setor nos próximos meses, especialmente diante das incertezas econômicas globais.