Brasília, 28 de julho de 2025 – Assessoria de Comunicação Asbraco
Nos primeiros cinco meses de 2025, a construção civil brasileira viu os financiamentos para produção encolherem de forma significativa. De acordo com levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o número de unidades financiadas caiu 62,9% em relação ao mesmo período do ano anterior — passando de 65 mil para pouco mais de 24 mil. Em valores, a retração foi de 54,1%, com os recursos destinados à produção recuando de R$ 15,5 bilhões para R$ 7,1 bilhões.
O cenário reflete os efeitos da política monetária atual. Com a taxa Selic fixada em 15% ao ano — o maior nível desde 2006 — o custo do crédito aumentou consideravelmente, dificultando o acesso tanto para incorporadoras quanto para os compradores. A saída de quase R$ 50 bilhões da poupança no primeiro semestre agravou ainda mais a restrição ao crédito imobiliário.
Segundo a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, os bancos têm direcionado os recursos prioritariamente para o financiamento à aquisição de imóveis, em detrimento da produção. E esse movimento se confirma nos números: entre janeiro e maio de 2025, o crédito voltado à aquisição de imóveis cresceu 16,4%, com mais de 154 mil unidades financiadas.
Apesar das dificuldades, a construção civil continua como importante motor do mercado de trabalho formal. O setor alcançou, em maio, o maior número de empregos com carteira assinada desde 2020: mais de 3 milhões de trabalhadores formais. No entanto, houve desaceleração na geração de novas vagas — com 149,2 mil postos criados até maio, 6,7% a menos do que o registrado no mesmo período de 2024.
O salário médio de admissão também merece destaque: R$ 2.436, o mais alto entre todos os setores da economia analisados pela CBIC, incluindo serviços, indústria e administração pública.
Mesmo diante de tantos desafios, a previsão de crescimento do PIB da construção civil se mantém em 2,3% para 2025. Essa expectativa é sustentada por lançamentos realizados em anos anteriores, que ainda geram atividade e movimentam a cadeia produtiva do setor.
Para o presidente da CBIC, Renato Correia, é fundamental que o país adote medidas para estimular a produção. “A construção civil continua a gerar empregos, movimentar a economia e contribuir para o crescimento nacional, mesmo com juros altos e crédito limitado. No entanto, é urgente criar um ambiente mais favorável à produção e ao investimento”, alertou.
A Asbraco reforça a importância de políticas públicas que apoiem o setor, principalmente no que diz respeito ao crédito e ao financiamento. A construção civil tem demonstrado sua força e resiliência, mas precisa de estímulos concretos para seguir contribuindo com o desenvolvimento do Distrito Federal e do Brasil.