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Custo da construção civil acumula alta de 7,49% em 12 meses no Brasil, aponta FGV Ibre

São Paulo registra o maior avanço entre as capitais avaliadas; mão de obra é principal fator de pressão sobre os custos

O setor da construção civil vem enfrentando um cenário de custos mais elevados no país. De acordo com dados do Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o indicador acumulou alta de 7,49% nos últimos 12 meses, revelando um encarecimento consistente no setor.

A pesquisa mostra que a mão de obra foi o principal vetor de aumento, com avanço de 10,43% no mesmo período. Já os materiais, equipamentos e serviços registraram elevação de 3,2% no acumulado do ano e 0,59% apenas em agosto, evidenciando uma pressão contínua sobre os insumos do setor.

Para o diretor regional do SindusCon-SP em Santos, Lucas Muniz, o resultado ainda está dentro do comportamento histórico do índice.

“Essas variações costumam ficar entre 6% e 8% ao ano. O percentual atual está dentro dessa faixa e reflete a dinâmica natural dos reajustes no setor”, explicou o dirigente.

Muniz também ponderou que, apesar da tendência de alta, não há indicativos de que os custos ultrapassem a média do mercado em 2025. “Há espaço para pequenas variações, mas esperamos estabilidade em torno dos 8%”, completou.

Materiais em alta e desafios para o setor

O levantamento da FGV Ibre indica que produtos essenciais para as obras continuam com preços ascendentes. O aço, por exemplo, apresentou reajuste em torno de 8% no início de outubro, enquanto o concreto acumulou aumento de 5% a 6% nos últimos 12 meses. Segundo Muniz, o conjunto desses reajustes resulta em um encarecimento médio de cerca de 10% nos insumos utilizados nas construções.

Esses aumentos impactam diretamente o custo final das obras, tanto no segmento habitacional quanto em empreendimentos comerciais e de infraestrutura, exigindo das construtoras uma gestão mais criteriosa dos contratos e dos orçamentos.

São Paulo lidera entre as capitais

Entre as sete capitais pesquisadas pela FGV Ibre, São Paulo apresentou o maior aumento do INCC-M, com variação de 8,71% no acumulado de 12 meses. Porto Alegre (7,29%) e Recife (6,96%) aparecem na sequência.

A tendência de crescimento reflete as condições regionais de mercado e as negociações salariais, além de oscilações na cadeia de suprimentos. Com isso, o setor da construção civil segue atento à evolução dos índices e aos desdobramentos da economia nacional nos próximos meses.