27 de maio de 2024
O setor da construção civil voltou a demonstrar sinais de recuperação em maio, após enfrentar dois meses consecutivos de declínio na confiança. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), o Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 1,2 ponto, alcançando 96,4 pontos. No entanto, a média móvel trimestral ainda mostra uma leve queda de 0,4 ponto.
Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, destacou que “a pesquisa de maio sinalizou a retomada do crescimento esperada desde o início do ano. A melhora na confiança foi observada em todos os três grandes segmentos de atividade – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados.” Ela também observou que, embora o ICST ainda esteja abaixo de 100, o que indica desafios contínuos para as empresas, o Indicador de Evolução da Atividade registrou seu maior aumento mensal desde julho do ano passado.
Outro ponto de atenção é a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. Apesar de não ter impactado os indicadores consolidados da construção até agora, Ana Maria Castelo alertou para a necessidade de monitorar os possíveis efeitos secundários nos próximos meses, especialmente no que tange à disponibilidade de mão de obra qualificada durante o processo de reconstrução.
A melhora do ICST foi impulsionada tanto pela avaliação positiva do momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 1,2 ponto, atingindo 95,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,3 ponto, chegando a 97,8 pontos.
Dentro do ISA-CST, os avanços foram atribuídos aos indicadores de situação atual dos negócios e ao volume de carteira de contratos, que cresceram 1,0 ponto e 1,3 ponto, respectivamente. No que se refere ao IE-CST, tanto a demanda prevista para os próximos três meses quanto a tendência dos negócios para os próximos seis meses mostraram crescimento. O indicador de demanda prevista subiu 0,7 ponto, atingindo 98,7 pontos, e o indicador de tendência dos negócios aumentou 1,8 ponto, alcançando 96,8 pontos.
Em termos de capacidade, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção manteve-se estável em 79,9%. O NUCI de Mão de Obra apresentou uma leve variação negativa de 0,1 ponto percentual, situando-se em 81,2%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos subiu 0,7 ponto percentual, atingindo 75,3%.
Este cenário sugere que, apesar dos desafios, o setor da construção está em um caminho de recuperação, refletindo uma melhora na confiança dos empresários e perspectivas mais positivas para o futuro próximo. A continuidade desse crescimento dependerá, contudo, de fatores externos e internos, incluindo a capacidade de lidar com os impactos da tragédia ambiental e a disponibilidade de mão de obra qualificada.